LEHA
PROJETOS
Arqueologia dos Quilombos (2019- )
Com base em investigações arquivisticas encontra-se na fase de levantamento de mapas e fontes textuais sobre cultura material nos quilombos. É objetivo também localizar sítios arqueológicos, mapas e fontes textuais de quilombos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Mato Grosso. O projeto prevê escavações futuras (participação de Luis Claudio Symanski, incluindo a pós-graduação em pós-graduação em Arqueologia da UFMG) em algumas áreas já identificadas no Mato Grosso. Pesquisas sob a coordenação de Isadora Mota e Flávio Gomes, incluindo Princeton University e os programas de pós-graduação em História da UFRJ.
Arqueologia da Plantation (2012 - 2021)
Sob o nome “Café com Açúcar” um programa de pesquisas sobre arqueologia histórica em fazendas e plantation das regiões norte fluminense açucareiro (Campos de Goitacazes) e vale do Paraíba cafeeiro (Valença). Reunindo um equipe de alunos, pesquisadores e sob a coordenação de Luis Claudio Symanski e Flávio Gomes foram realizadas pesquisas arquivisticas no Arquivo Estadual de Campos dos Goitacazes, Cúria Metropolitana, Igreja de São Salvador e Mosteiro de São Bento, sendo escavada as fazendas das ordens religiosas, beneditinos (Fazenda de São Bento) e Jesuítas (Fazenda do Colégio), ambas fundadas no final do século XVII e com uma massiva presença de trabalhadores escravizados indígenas e depois africanos. Também foi escavada a Fazenda Santa Clara, na divisa do Rio de Janeiro e Minas Gerais, em Valença. Em diversas fases as escavações foram autorizadas pelo IPHAN, financiadas e apoiadas em diferentes etapas pela FAPEMIG, FAPERJ, CNPq, UFPR, UFRJ e UFMG. Pesquisas sob a coordenação de Luís Claudio Symanski e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e a pós-graduação em Arqueologia da UFMG.
Estudo sobre a cultura material, o cotidiano, a demografia e as sociabilidades da escravidão e da pós-emancipação nas áreas do Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão e Rio de Janeiro nos séculos XVIII e XIX. Financiamentos da FAPERJ e CNPq, pesquisas sob a coordenação de Flávio Gomes
Cartografias da Plantation: demografia e cultura material da escravidão e pós-emancipação do Brasil (2010- atual)
Cartografias da Liberdade (2019-2024)
Trata-se de um conjunto de pesquisas sobre cartografias, mapas e história social de quilombos, revoltas, escravidão urbana e africanos etc. no Brasil e nas Américas entre os séculos XVI a XX. Analisando a localização de quilombos, mocambos, revoltas, roças dos escravizados, plantation, moradias urbanas, casebres e várias dimensões da cultura urbana e das comunidades de senzalas são realizadas diversas pesquisas utilizando mapas históricos e cruzamentos com outras fontes textuais e imagéticas. Pesquisas sob a coordenação de Isadora Mota e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e Princeton University.
Cidades, cultura material e história arqueológica
Trata-se de um conjunto de ações de pesquisa, ensino e formação de alunos (graduação, mestrado e doutorado) nas temáticas da arqueologia histórica, paisagens e cultura material, com destaque para a cidade do Rio de Janeiro, colonial e pós-colonial. Pesquisas diversas sob a coordenação de André Chevitarese e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História Comparada (PPGHC) e a pós-graduação em Arqueologia do Museu Nacional (UFRJ).
Cidades, fugas e africanos no Brasil (2018 - )
Conjunto de investigações em periódicos de Salvador (Idade do Ouro e O Mercantil) e do Rio de Janeiro (Gazeta do Rio de Janeiro, Jornal do Commércio e Diário do Rio de Janeiro) e também registros prisionais para analisar os padrões de fugas e dos fugitivos escravos na primeira metade do século XIX. Como, quando e por quê cativos fugiam? Quais os padrões e características das fugas e perfil dos fugitivos? Como a sociedade escravista reprimiu as fugas e interagiu com os fugitivos, aliciadores e acoitadores? Quais as dimensões culturais e matérias dos universos criados pelos fugitivos e a sociedade envolvente? Estas e outras questões permeiam um conjunto de investigações em andamento com uma perspectiva de história social, demografia e padrões quantitativos. Pesquisas sob a coordenação de Claudio Pinheiro, João José Reis e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e a pós-graduação em História da UFBA.
Doenças, escravidão e pós-emancipação
Trata-se de um conjunto de ações de pesquisa, ensino e formação de alunos (graduação, mestrado e doutorado). Com financiamento do CNPq e FAPERJ, além de apoio da FIOCRUZ e da UFRJ tem sido oferecidos cursos de graduação e pós, digitalização de documentação (da Santa casa de Misericórdia e outros acervos privados de fazendas) e a publicação de coletâneas, reunindo assim investigações e pesquisadores nas áreas de Escravidão, história social e história da Doença. Pesquisas sob a coordenação de Tânia Pimenta e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e pós-graduação em História da Saúde e das Doenças da FIOCRUZ.
Educação, letramento e Intelectuais negros no Brasil
Trata-se de um conjunto de pesquisas sobre cartografias, mapas, história social e biografias de intelectuais negros e instituições no Rio de Janeiro. Analisando a localização de trapiches, escolas, irmandades, espaços religiosos etc. são realizadas diversas pesquisas utilizando mapas históricos e cruzamentos com outras fontes textuais e imagéticas. Pesquisas sob a coordenação de Antônio Carlos Higino da Silva, Higor Ferreira e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e a pós-graduação Latu Sensu do Colégio Pedro II.
Espaços, poder e circunvizinhanças: senzalas, religiosidades, demografia, crioulização e comunidades no Sudeste escravista (2018-2024)
Abordagens sobre as tipologias da resistência escrava no sudeste oitocentista. Quais os padrões de revoltas e insurreições na segunda metade do século XIX? Quais as características das práticas religiosas dos escravos? A importância de várias revoltas no contexto da escravidão no Sudeste da segunda metade do século XIX, se traduz nas possibilidades de se enfocar aspectos centrais da organização da vida escrava e da sociedade escravista. Temas como identidades transétnicas, organização da vida cotidiana nas senzalas, religiosidade e resistência, são considerados num amplo estudo sobre a sociedade senhorial e seus mecanismos de manutenção da ordem. Pretende-se considerar os padrões de formações de comunidades escravas, entre 1820 a 1880, relacionando-os com o perfil sócio-demográfico, identidade étnica, ocupação e gênero. Tornar-se fundamental comparar, com base na bibliografia os padrões de revoltas escravas com outras áreas do Brasil e igualmente outras regiões escravistas e espaços da diáspora no século XIX, sobretudo com a Venezuela, Jamaica, Porto Rico e Cuba. No caso do Brasil escravista pretende-se identificar as formas religiosas das comunidades de escravizados no Vale do Paraíba através da documentação de polícia e o noticiário dos jornais, enquanto denúncias e rumores de revoltas. Fontes de natureza diversas sugerem abordagens sobre as concepções de doenças, curas, festas e parentesco rituais nas senzalas das áreas escravistas, assim como parentesco, família, padrões de posse de escravos. Pesquisas sob a coordenação de Maria Helena Machado e Flávio Gomes, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e a pós-graduação em História da USP.
Escravidão em perspectivas comparadas, Brasil e o Caribe Francês
Pesquisas comparativas em história atlântica sobre Brasil (Rio de Janeiro) e o Caribe Francês (Guadalupe e Guiana Francesa). Pesquisas em arquivos de Guadalupe, Guiana Francesa, em Paris, Caiena e Belém, além do Rio de Janeiro (incluindo sites e documentação digital). Pesquisas sob a coordenação de Iamara Viana e Flávio Gomes
Etnogênese e fronteiras na Amazônia, séculos XVIII-XX
Trata-se de um conjunto de pesquisas sobre as fronteiras da Amazônia Oriental, envolvendo populações escravizadas, trabalhadores compulsórios, populações indígenas, escravidão e pós-emancipação entre os séculos XXVII e XXI. Márcio Meira coordena na pós-graduação do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) pesquisas diversas sobre História da escravidão indígena e do tráfico de indìgenas entre os séculos XVII a XX. Já Rosa Acevedo tem realizados desde a década de 1980 importantes investigações sobre escravidão negra, mocambos e camponeses na Amazônia, atuando no Núcleo e Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA). Márcio Meira, Rosa Acevedo e Flávio Gomes realizam um amplo levantamento cartográfico e de fontes textuais (em acervos de Belém, Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo e Caiena, na Guiana Francesa) sobre os processos de Etnogenese de populações indígenas, africanas e seus descendentes no período colonial e pós-colonial nas áreas de fronteiras com a Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Guiana, Peru e Bolívia.
Gênero, raça e liberdade nas sociedades escravistas atlânticas, séculos XVIII e XIX (2018 - )
Desde seus primórdios, a escravidão nas Américas abraçou como princípio fundamental o partus sequitur ventrem, estabelecendo o ventre como o próprio locus da escravidão. Ao contrário do princípio patriarcal que regia a sociedades senhoriais atlânticas, no âmbito da escravidão, era a condição materna – ou do ventre – que definia o cativeiro da prole. Sua implementação implicou na dupla apropriação da mulher escravizada; enquanto trabalhadoras, as mulheres africanas e suas descendentes – assim como seus pares masculinos - produziram a riqueza escravista; como mulheres, seus corpos foram apropriados como reprodutores da escravidão. Produtoras e reprodutoras da riqueza escravista, para as escravizadas a escravidão implicou em controle estritos de seus corpos; suas funções biológicas e reprodutivas foram amplamente invadidas e exploradas, tornando-se objetos de constantes intervenções escravistas que penetraram nas esferas mais íntimas do ser dessas mulheres. O estupro generalizado, a concepção, o parto, a amamentação de seus filhos/as ou as de outrem e a criação da prole foram esferas íntimas assoladas pelo interesse escravista, obrigando a que mulheres e mães resistissem duplamente ao avanço da exploração da escravidão. Se apropriação do corpo da mulher definiu as possibilidades de reprodução da escravidão, projetos e leis emancipacionistas também se voltaram especialmente ao corpo/ventre da escravizada, definindo-o como território de disputa dos possíveis caminhos de superação da escravidão.
No Brasil, desde a promulgação da lei de 1871, todo o processo de emancipação e abolição estiveram amplamente conectados ao ventre da mulher escravizada, libertanda, liberta ou ainda livre. Alforrias, contratos de trabalho, guarda de filhos/as, possibilidades de autonomia, movimentação geográfica e manutenção dos laços familiares, entre muitos aspectos atravessaram os debates sobre a condição da mulher afro descendente. Pesquisas sob a coordenação de Maria Helena Machado, Iamara Viana e Flávio Gomes incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e a pós-graduação em História da USP.
Idéias atlânticas e Haitianismo (2012-2023)
Estudo sobre as repercussões da Revolta de São Domingos (Haiti) no Brasil escravista colonial e pós-colonial. Utilizando registros da bibliografia, cronistas, fontes policiais, jornais e memórias a pesquisa mergulha no mundo atlântico das idéias de protesto e insurgência escrava. Em diferentes contextos – especialmente a partir de 1791 até 1848 – surgem rumores, denúncias e investigações em tornos de idéias de sedição escrava e movimentação política de setores livres negros. Chamada no Brasil de “Haitianismo” surge uma cultura política de mobilização racial, envolvendo setores escravos, livres e incluindo letrados. As pesquisas em andamento – Flávio Gomes e João Reis -- para a preparação de um livro já aparecem em vários artigos publicados. Pesquisas financiadas pelo CNPq, incluindo os programas de pós-graduação em História da UFRJ e a pós-graduação em História da UFBA.
Trabalho compulsório, poder e discursos nos espaços coloniais e pós-coloniais
Conjunto de ações de pesquisa, ensino e formação de alunos (graduação, mestrado e doutorado) nas temáticas da história do trabalho, raça, exclusão, Global History e suas interconexões. Reuniões, seminários e pesquisas diversas sob a coordenação de Wallace Moraes, Paulo Fontes, Claudio Pinheiro, André Chevitarese e Flávio Gomes, incluindo os seguintes laboratórios: Coletivo de Pesquisas Decoloniais e Libertárias (CPDEL), Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER) e Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho (LEHMT), vinculados aos programas de pós-graduação em História Comparada (PPGHC), pós-graduação em História Social (PPGHIS) e pós-graduação em Filosofia (PPGF), todos da UFRJ.
Revoltas e comunidades de fugitivos nas Américas: perspectivas comparadas
Comunidades de fugitivos revoltas escravas foram analisados enquanto fenômenos históricos hemisféricos na tentativa de entender os contextos de suas ocorrências, impactos rurais e urbanos, repressão, relações de poder e mundos senhoriais. João Reis e Flávio Gomes – para além de suas pesquisas sobre mocambos e revoltas escravas -- organizaram uma coletânea reunindo mais de uma dezena de pesquisadores com pesquisas sobre revoltas escravas desde o século XVII até as vésperas da Abolição, cobrindo várias áreas e regiões do Brasil. Pesquisas financiadas pelo CNPq. Javier Lavina (Universidade de Barcelona), Isadora Mota (Princeton University) e Flávio Gomes (UFRJ) estão organizando seminários e publicações sobre estudos comparados envolvendo sociedades escravistas e sociedades com escravos na dimensão sul-sul.